Dentre muitas discussões acerca da apropriação
cultural, me encarreguei de tratar de um ponto específico: o enfraquecimento de
uma cultura minoritária, como a afro-brasileira pela apropriação cultural capitalista.
Já dizia Karl Liebknecht “A lei básica do capitalismo é ‘você ou eu " e
não você e eu’.” Esta foi uma conclusão que também pude observar pelo
posicionamento de uma marca famosa chamada Farm que criou roupas estampadas e turbantes
e ainda colocou uma mulher branca para desfilar vestida de Iemanjá, ou seja,
utilizou-se de referências da cultura brasileira para lucrar comercialmente. A apropriação
cultural nada mais é que a utilização de elementos simbólicos de determinada
cultura por um grupo cultural diferente.
O problema não está nas mulheres brancas se
apropriarem da vestimenta da cultura negra, mas está na comercialização dessas
referências culturais por um grupo culturalmente divergente e que ainda por
cima, escolhe uma mulher branca, como no caso acima, como representante da
propaganda de sua marca para obter lucro, ou seja, o que se pode dizer de fato “apropriação
cultural”.
No tempo que não parece tão distante de nós
assim, o da colônia, a cultura minoritária como a afro-brasileira e a indígena
foram marginalizadas pelos portugueses, esse tempo deixou marcas do racismo impregnadas
na sociedade até hoje. Por que não paramos para pensar? A herança negra e
indígena deve sim ser resguardada pela sua história e sua diversidade cultural brasileira
e não ser utilizada como marketing comercial por um grupo predominantemente branco
em troca de dinheiro e pior sem empoderamento cultural e humano, pois já dizia
Karl Marx “a desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a
valorização do mundo das coisas”.
Assim, a apropriação cultural quer transmitir uma
mensagem de igualdade, mas não é verdade e também não é bonito esse tipo de
mensagem que eles passam, pois existe desigualdade social e racial no Brasil e
no mundo e não vai ser se apropriando da cultura de um grupo minoritário que vai
resolver esse problema, como pensam aqueles que querem cortar as leis de cotas
raciais, ao contrário, vai enfraquecer a luta da minoria pelos seus direitos
que ainda não cessam de acabar, por isso, a importância do protagonismo dos
negros de sua imagem e identidade contra a cultura predominante branca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário