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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

A apropriação da cultura como um problema racial



Dentre muitas discussões acerca da apropriação cultural, me encarreguei de tratar de um ponto específico: o enfraquecimento de uma cultura minoritária, como a afro-brasileira pela apropriação cultural capitalista. Já dizia Karl Liebknecht “A lei básica do capitalismo é ‘você ou eu " e não você e eu’.” Esta foi uma conclusão que também pude observar pelo posicionamento de uma marca famosa chamada Farm que criou roupas estampadas e turbantes e ainda colocou uma mulher branca para desfilar vestida de Iemanjá, ou seja, utilizou-se de referências da cultura brasileira para lucrar comercialmente. A apropriação cultural nada mais é que a utilização de elementos simbólicos de determinada cultura por um grupo cultural diferente.

O problema não está nas mulheres brancas se apropriarem da vestimenta da cultura negra, mas está na comercialização dessas referências culturais por um grupo culturalmente divergente e que ainda por cima, escolhe uma mulher branca, como no caso acima, como representante da propaganda de sua marca para obter lucro, ou seja, o que se pode dizer de fato “apropriação cultural”.

No tempo que não parece tão distante de nós assim, o da colônia, a cultura minoritária como a afro-brasileira e a indígena foram marginalizadas pelos portugueses, esse tempo deixou marcas do racismo impregnadas na sociedade até hoje. Por que não paramos para pensar? A herança negra e indígena deve sim ser resguardada pela sua história e sua diversidade cultural brasileira e não ser utilizada como marketing comercial por um grupo predominantemente branco em troca de dinheiro e pior sem empoderamento cultural e humano, pois já dizia Karl Marx “a desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas”.

Assim, a apropriação cultural quer transmitir uma mensagem de igualdade, mas não é verdade e também não é bonito esse tipo de mensagem que eles passam, pois existe desigualdade social e racial no Brasil e no mundo e não vai ser se apropriando da cultura de um grupo minoritário que vai resolver esse problema, como pensam aqueles que querem cortar as leis de cotas raciais, ao contrário, vai enfraquecer a luta da minoria pelos seus direitos que ainda não cessam de acabar, por isso, a importância do protagonismo dos negros de sua imagem e identidade contra a cultura predominante branca.

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