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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Brazil's fall: e feliz ano novo!

A revista The Economist publicou reportagem de capa sob o título "Brazil's fall", com previsões catastróficas para o Brasil. Lá eles falam da crise política e econômica, da burocracia, da corrupção, do impeachment.

Bom, fui ler os comentários e achei o seguinte:

"
guest-nwnloii
I am British, (...) The problem with Brazil is the Brazilian people."

A frase final é impagável. "O problema do Brasil é o povo brasileiro". Taí então a solução genial deste simpático senhor: vamos retirar todo o povo brasileiro daqui e trazer pra cá outro povo, quem sabe o britânico. Aí, na falta de uma áfrica e de uma Índia para espoliar, talvez se possa encontrar um outro lugar de onde se roubar ouro, por exemplo, e tornar-se uma grande potência.

sábado, 5 de dezembro de 2015

O Gato de Botas - Um Gangster Peludo

O conto "O Gato de Botas", de Charles Perrault, conta a história de um gato comum que se tornou um notável mafioso.

Tudo começa quando o gato descobre que seu dono, falido, sem ter o que comer, cogita em comer o próprio gato. Logo o gato bola um mirabolante plano e de imediato o põe em ação.

"Dê-me um saco e me calce um par de botas", disse o gato ao seu dono, prometendo resolver todos os seus problemas.

Como se trata de um conto, os animais são personificados e por tanto mostram sentimentos e comportamentos humanos. A primeira atitude do gato foi coletar algumas ervas muito atraentes para coelhos. Depois, foi para um local onde os coelhos costumavam frequentar e deixou o saco semiaberto para que o cheiro das ervas atraísse os coelhos. Ficou perto do saco fingindo-se de morto. Uma jovem e inexperiente coelha, acreditando que o gato estivesse morto, entrou no saco para comer as irresistíveis ervas. Assim que a coelha entrou, o gato saltou sobre ela e a matou.

O Gato de Botas, então, levou a coelha como presente de seu amo, um tal de "Marquês de Carabas", para o rei. Claro que nunca existiu até aquele momento um tal senhor, muito menos o presente havia sido mandado de fato para o rei. Tratava-se de pura falácia e bajulação com um fim bem determinado pelo gato.

Depois de alguns dias sendo bajulado, o rei já sentia alguma estima pelo gato e pelo seu senhor, o tal "Marquês de Carabas", inventado pelo gato. Avisou então o rei ao gato que iria passear pela margem do rio do reino na manhã seguinte. Era a oportunidade que o Gato de Botas precisava para dar sua cartada final.

"Você precisa entrar no rio e fazer exatamente o que eu disser", avisou ao seu dono. No dia seguinte, o gato e seu dono foram para o rio e fizeram como combinado. Quando o rei se aproximou, o gato começou a gritar "socorro! socorro! o senhor marquês de Carabas está se afogando!". O rei reconheceu o gato na hora e recordou o senhor que tantos presentes de caça o enviou. Ordenou então aos seus guardas para que o salvassem. "Os ladrões levaram as roupas do senhor Marquês de Carabas", disse ao rei o gato. O rei mandou que lhe fossem dadas roupas adequadas. Generoso e grato pelos supostos presentes, o rei convidou o dono do gato para subir na carruagem e seguir com eles em passeio pelo reino.

O Gato de Botas corre a frente da carruagem e comete mais uma maldade: "se vocês  não disserem que essas terras são do senhor Marquês de Carabas, vocês serão todos mortos!", ameaça ele os pobres camponeses que lavravam a terra.

De propriedade em propriedade, o rei perguntava de quem eram aquelas terras e seus camponeses diziam: "pertence ao senhor Marquês de Carabas", obviamente e justificadamente com medo da ameaça do gato.

Mas, o pior ainda estava por vir.

Você sabia que muitas coisas ruins já aconteceram a muita gente por causa da vaidade. A vaidade conduz a muitos perigos. Por vaidade, muitas pessoas perderam tudo o que tinham: família, amizade, dinheiro, saúde, e até a vida.

Um ogro que vivia no reino, e que era muito rico (ele era o verdadeiro dono das terras que o gato fez crer ao rei serem do "marquês de Carabas"), sofria de vaidade. O gato sabia disso e resolveu apostar suas últimas fichas na vaidade do ogro. Primeiro diz ao ogro que não poderia passar pelo seu castelo sem cumprimentar-lhe e prestar-lhe honras, pois ouvira falar que o mesmo tinha grandes e admiráveis poderes.

"Dizem que você pode se transformar em qualquer animal, um leão, um elefante!", interpela o gato. "É verdade!", confirma o ogro. E para provar que era verdade, ele se transformou em um leão, bem diante dos olhos do gato. O gato se mostra assustado, mas é claro que era puro fingimento.

"Dizem ainda, que você só não pode se transformar mesmo em pequenos animais, por exemplo, um rato ou um camundongo para você é impossível", diz o gato com um tom desinteressado. O ogro então, tomado pela vaidade, retruca: "impossível?! pois vou te mostrar!".

Assim que o ogro tomou a forma de um camundongo, o gato atirou-se sobre ele e o matou.

Depois o gato se dirige para a porta do castelo e recepciona o rei dizendo: "bem-vindo ao castelo do senhor Marquês de Carabas!".

O rei, acreditando em todas essas mentiras, dá a mão de sua filha ao dono do gato.

O Gato de Botas se torna um reconhecido senhor no reino e passa a caçar e matar coelhos apenas por diversão.

Esse conto vem sendo lido e representado em filmes, peças teatrais, etc, de geração a geração, mostrando o gato como alguém genial, obrigando-nos a reconhecer que os perversos, quando atingem o sucesso, são tratados como heróis.