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sábado, 4 de junho de 2016

Google Farejador?

Tudo uma questão de ponto de vista, de o que vem a ser “privacidade” para cada um. Sentir-se invadido em sua privacidade está relacionado ao que consideramos privado, ao que não queremos que outras pessoas saibam, talvez as nossas sombras que desejamos que fiquem fora da vista de estranhos. Por outro lado, é bom achar informações de nosso interesse de forma rápida, uma vez que a internet é mais que uma rede: é um oceano inteiro de informações de todos os tipos. No futuro o comportamento e a visão de mundo deve sofrer uma mudança drástica em relação a muitos de nossos atuais modelos. A violação do direito autoral, e.g., deixaria de causar tanta polêmica e batalhas judiciais, simplesmente porque as pessoas não vão mais ligar para isso.


A privacidade não deve deixar de ser importante, mas com a possibilidade de um cão farejador estar dia e noite no encalço de alguém pode levar esse alguém a se auto-policiar. Ainda assim, somos bilhões de pessoas e seremos mais ainda. Isso implica que, por mais famoso que se seja, ainda se será anônimo o bastante para desconsiderar esse tipo de “invasão de privacidade”. Então o que deve ocorrer é o que ocorre com alguns crimes: o crime deixa de existir por que a conduta deixa de ser considerada crime. A “invasão de privacidade” será finda porque deixaremos de considerá-la como tal.


Sabe aquelas pequenas cidades onde a ocorrência de crimes é praticamente nula. Acredito que na pequena cidade a violência é menor porque todos se conhecem, sabem os nomes, os sobrenomes, conhecem os pais e os avós uns dos outros, sabem onde moram cada um deles. O que a Internet está fazendo é apenas o início para transformar o mundo em uma pequena cidade. Quem sabe depois disso o mundo melhora?

domingo, 17 de abril de 2016

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Oportunidade e Capacidade

O editorial do Jornal impresso O Povo de 25/01, do estado do Ceará, na p. 12 é realmente louvável. 

No entanto, um único deslize foi cometido, no fechamento: 

"Na verdade, só os mais capazes é que chegam lá".

Convenhamos, capacidade e OPORTUNIDADE nem sempre estão juntas.

O Brasil, reconhecidamente, desperdiça de forma desesperadora diversos talentos (entenda-se aqui como pessoas "capazes"). E o principal motivo desse desperdício é a brutal desigualdade social em que vivemos. Dizer que é "mito que somente os ricos conseguem chegar lá" é mostrar uma visão simplista de nossa sociedade.

Os que possuem recursos "chegam lá", para usar a expressão do editorial, porque para eles sempre estão disponíveis diversas oportunidades. Quanto aos menos favorecidos, quando a eles é oferecida alguma oportunidade, e não apenas a aparência de uma oportunidade, quase sempre conseguem tirar proveito desta. Mas cabe uma reflexão sobre o que é de fato uma oportunidade.

A oportunidade verdadeira precisa vir acompanhada de alguns itens básicos, como horário livre para estudar, material didático apropriado, acesso a um ambiente favorável aos estudos, alimentação adequada.

Essas coisas, por mais banais que possam parecer para alguns, podem ser impossíveis de se obter para tantos outros.

Antes de culpar a família por não oferecer esses itens aos seus filhos, vamos tentar identificar quais foram as oportunidades que estiveram diante dessa família ao longo dos anos. Que educação foi dada aos seus pais? Quais são suas opções de renda? Qual o nível de acesso à cultura que lhes é oferecido? Qual a qualidade dos serviços de saúde que lhes estão disponíveis? Qual é o seu nível de segurança alimentar?

Quando vejo alguém tentar simplificar os nossos problemas sociais atávicos, como é o da educação, lembro-me de uma charge que vi, em 2015, no prédio da Receita Federal na cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará. 

A charge mostra, em dois quadros, três garotos tentando ver um jogo por cima de uma cerca de madeira. Um dos garotos é mais alto que a cerca e poderia ver o jogo sem nenhum artifício. Outro, da altura da cerca, precisa de um caixote para ver o jogo. E o terceiro, mais baixo que a cerca, de modo que nem com um caixote consegue ver o jogo. O conceito de igualdade é dado, no primeiro quadro, pelo fato de os três garotos estarem cada um sobre um caixote. Concordo, isso é igualdade. Mas, no segundo quadro, o garoto mais alto aparece sem caixote, o segundo continua com um caixote, e o terceiro aparece com dois caixotes, de modo que agora os três podem assistir ao jogo. Conclusão: isso é justiça. O objetivo da charge é estabelecer a diferença entre os conceitos de igualdade e de justiça. Na igualdade, todos são colocados nas mesmas condições, independentemente de suas individualidades. Na justiça, as individualidades são consideradas.

Um exemplo disso é o tempo extra no ENEM concedido a candidatos diagnosticados com dislexia. As cotas para alunos oriundos de escolas públicas também. Neste caso específico, não se está admitindo uma qualidade de ensino inferior das escolas públicas, como muitos acreditam. Muito menos uma "capacidade" inferior desses alunos. O que se está reconhecendo é a qualidade das condições de aprendizagem desses alunos. Muitos deles precisam trabalhar já no ensino fundamental, por exemplo. Outros, dispõem apenas da própria escola como ambiente com as condições mínimas de estudo, e somente no próprio turno de aula. E aí é que podemos dizer que a ideia do Senador Cristovam Buarque e do saudoso Leonel Brizola sobre escola de tempo integral seria um divisor de águas para a educação de nossas crianças. Acho que podemos adicionar à lista a dificuldade de acesso e estabilidade de acesso a alimentos por muitos desses alunos. Outras diversas dificuldades podem ser listadas pelos próprios estudantes.

O raciocínio simplista faz afirmações bobas como "só depende de você", "querer é poder", etc, que são muito boas para campanhas de marketing multinível, por exemplo. Mas pessoas sérias costumam encarar os problemas com a sua complexidade real, afastando as fantasias que servem apenas para mascarar suas verdadeiras raízes.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Denúncia do JN contra médicos

Segundo o Jornal Nacional, edição de 11 de janeiro de 2016, médicos do sistema público no Rio de Janeiro estariam participando de um esquema relacionado às escalas.

Médicos cujos nomes constavam no plantão de 24 ou 12 horas, sequer pisavam no local de trabalho.

Também havia casos de escala duplicada, isto é, o mesmo médico escalado em dois plantões simultâneos.

Um médico denunciante informou, na reportagem, que o valor desses plantões variava entre R$ 1.500,00 e R$ 2.500,00.

Imagino um desses médicos praguejando contra ladrão de rua, por exemplo. Talvez pelo fato de o ladrão de rua não ter estudado tanto para aprender a roubar de forma tão sofisticada.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Os Números Bons do Brasil

Para além dos números, é possível notar uma mudança para melhor na dimensão social no Brasil (Blog.Planalto). Apesar das muitas críticas aos métodos utilizados para definição da chamada linha da pobreza, e da inserção de determinada faixa da população na classe média tendo por base a renda como fator determinante, o país conseguiu manter aumentos reais no salário mínimo, diminuiu as desigualdades, mesmo que timidamente e deu mais condições de inserção social a segmentos que já enfrentaram séculos de exclusão.

O índice Gini - criado por Corrado Gini - diminuiu de 0,570 para 0,517. Esse índice mede a concentração de renda dentro de um grupo. O número 1 significa que somente uma pessoa fica com toda a renda do grupo, sendo o valor zero a situação em que todos têm a mesma renda.

Na prática, isso significa que a renda está melhor distribuída. Portanto, deveria haver mais pessoas com um parte maior da renda, daí, mais possibilidade de consumo, o que deveria gerar mais necessidade de produção, o que deveria resultar em mais empregos.

Mas, nem tudo funciona como esperado.

A corrupção deixou de ser invisível e tornou-se aparente.

A seca esticou-se e espalhou-se por partes do país onde não era de costume.

O preço do petróleo caiu, caiu de novo... e depois mais uma vez.

Os preços subiram de forma generalizada mais alto do que esperávamos.

A indústria encolheu.

O mercado de veículo, antes opulento, agora vai usar o cinto de segurança.

A mídia não para de alardear um cenário catastrófico, aparentemente mais por interesses políticos do que por compromisso com a nação.

Mas, parafraseando Érico Veríssimo, as estrelas estavam no céu antes dessa crise, e quando essa crise passar as estrelas ainda vão estar lá.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Concurso do INSS 2016

Para uma boa preparação é obrigatória a leitura do edital de abertura do concurso. Isso você pode fazer online na página do Cespe no seguinte link: www.cespe.unb.br/concursos/INSS_2015/arquivos/INSS_ED._1_ABT.PDF.

A segunda coisa a fazer é ORGANIZAR o horário de estudo e SEGUIR-LHE RIGOROSAMENTE.

No edital você vai encontrar o valor da inscrição (R$ 80,00 para analista com formação em SERVIÇO SOCIAL e R$ 65,00 para nível médio), o programa de estudo que para nível superior com formação em SERVIÇO SOCIAL é a seguinte:
  1. Língua Portuguesa;
  2. Raciocínio Lógico;
  3. Noções de Informática;
  4. Direito Constitucional;
  5. Direito Administrativo;
  6. Legislação Previdenciária;
  7. Legislação da Assistência Social, Saúde do(a) Trabalhador(a) e da Pessoa com Deficiência;
  8. Serviço Social.
E para nível médio:
  1. Ética no Serviço Público;
  2. Regime Jurídico Único;
  3. Noções de Direito Constitucional;
  4. Noções de Direito Administrativo;
  5. Língua Portuguesa;
  6. Raciocínio Lógico;
  7. Noções de Informática;
  8. Seguridade Social.
Acha muito extensa a lista de assuntos para estudar? Bom, mesmo que você ainda não tenha iniciado sua preparação, ainda dá tempo de se preparar. Muita gente estuda um assunto vários meses antes e, próximo ao concurso, já esqueceu, e não está com tanta vantagem assim sobre você.

E ainda, a lei que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência é de julho de 2015. Além desta, há outras leis que sofreram alterações recentemente. Então, não motivo tem para desanimar.

A banca que está organizando o concurso é a CESPE, e as questões são do tipo CERTO ou ERRADO, valendo 1 ponto positivo se sua resposta coincidir com o gabarito e 1 ponto negativo se divergir. Caso sejam marcadas as duas opções para o mesmo item, isto é, C e E, àquele item será atribuída nota zero.

Alguns candidatos são tentados a marcar um item mesmo sem saber nada sobre aquele item. Em provas deste estilo isso não é recomendado.

Segundo o edital, será eliminado o candidato que se enquadrar em um dos itens:

a) obtiver nota inferior a 10,00 pontos na prova objetiva de Conhecimentos Básicos P1;
b) obtiver nota inferior a 21,00 pontos na prova objetiva de Conhecimentos Específicos P2;
c) obtiver nota inferior a 36,00 pontos no conjunto das provas objetivas.  

Então, fica claro que marcar sem estar seguro do item somente valeria a pena se o candidato tivesse marcado menos de 10 questões na prova de conhecimentos básicos, ou menos de 21 na de específicos, ou, ainda, menos de 36 itens somando as duas provas.

Não vou arriscar um palpite sobre o número de pontos que você deve fazer para ficar dentro das vagas do concurso, porque isso depende de vários fatores. Mas lembre-se de que você irá responder a 50 questões de Conhecimentos Básicos e 70 de Específicos. Não encontrei a quantidade de itens por disciplina no edital.

Material na internet tem muito, inclusive as leis previstas no edital. Algumas são bem curtas, outras nem tanto. Um site confiável para ver as leis é o http://www4.planalto.gov.br/legislacao. Nele é possível fazer uma pesquisa incluindo o número da lei e o ano.

O último lembrete é que você vai fazer uma prova escrita, então, treine para fazer prova escrita.