Tudo uma questão de ponto de vista, de o que vem a ser “privacidade”
para cada um. Sentir-se invadido em sua privacidade está relacionado ao
que consideramos privado, ao que não queremos que outras pessoas saibam,
talvez as nossas sombras que desejamos que fiquem fora da vista de
estranhos. Por outro lado, é bom achar informações de nosso
interesse de forma rápida, uma vez que a internet é mais que uma rede: é
um oceano inteiro de informações de todos os tipos. No futuro o comportamento e a visão de mundo deve sofrer uma mudança
drástica em relação a muitos de nossos atuais modelos. A violação do
direito autoral, e.g., deixaria de causar tanta polêmica e batalhas
judiciais, simplesmente porque as pessoas não vão mais ligar para isso.
A privacidade não deve deixar de ser importante, mas com a
possibilidade de um cão farejador estar dia e noite no encalço de alguém
pode levar esse alguém a se auto-policiar. Ainda assim, somos
bilhões de pessoas e seremos mais ainda. Isso implica que, por mais
famoso que se seja, ainda se será anônimo o bastante para desconsiderar
esse tipo de “invasão de privacidade”. Então o que deve ocorrer é o
que ocorre com alguns crimes: o crime deixa de existir por que a conduta
deixa de ser considerada crime. A “invasão de privacidade” será finda
porque deixaremos de considerá-la como tal.
Sabe aquelas pequenas
cidades onde a ocorrência de crimes é praticamente nula. Acredito que na
pequena cidade a violência é menor porque todos se conhecem, sabem os
nomes, os sobrenomes, conhecem os pais e os avós uns dos outros, sabem
onde moram cada um deles. O que a Internet está fazendo é apenas o
início para transformar o mundo em uma pequena cidade. Quem sabe depois
disso o mundo melhora?
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