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terça-feira, 5 de novembro de 2019

A arte de perder.

Por Daniel Lucas 

Parafraseando Elizabeth Bishop, perder é uma arte! O nosso dia a dia está afogado nas perdas, da hora que acordamos à hora de ir dormir. Ao acordar, perdemos mais algumas horas de sono; ao lanchar leite com achocolatado, perdemos o café quentinho,; ao pegar o ônibus 042, perdemos o lugar vago no 061; quando dentro do ônibus escolhemos olhar o instagram, perdemos a amizade da pessoa sentada ao nosso lado.

Fato é que muitas dessas derrotas nos passam dormentes durante os nossos dias, mas talvez não devessem! Os seres humanos têm vivido de maneira automática: lanchamos pensando no trajeto para o trabalho, no trajeto pensamos nas obrigações atrasadas, no trabalho pensamos no almoço, no almoço pensamos na reunião da tarde, na reunião pensamos no trânsito infernal da volta, no trânsito pensamos no que vamos jantar e na janta estamos cansados demais pra pensar. Dormimos, dormentes.

Não me entenda mal, essa reflexão não tem por objetivo trazer para a nossa vida uma lamúria infinita sobre as coisas, pessoas, lugares e sensações que perdemos. Nada disso! Existem coisas que nasceram para serem perdidas! Os nossos pais, a casa que crescemos, alguns sonhos de infância (afinal não podemos todos sermos astronautas). O cerne dessa reflexão não é o que perdemos em si, mas o que fazemos com o que perdemos.

Perder é natural, é bom. Perder ensina, aumenta, fortalece. Apreciar as derrotas é possível, devemos apreciá-las tanto quanto apreciamos nossas vitórias. Uma vitória, geralmente é o resultado de várias derrotas consecutivas. Perca algo todos os dias e aceite! Perder é um exercício, perder é uma arte! E como toda arte deve ser dominada. Não é difícil dominar a arte de perder, apesar de parecer desastre!

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Graduando em análise e desenvolvimento de sistemas e estagiário da vida. 

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